sábado, 9 de julho de 2016

Participação e Protagonismo Compartilhado


Participação e Protagonismo Compartilhado

O homem é um ser dotado de capacidades, de interesses e vontades próprios da sua evolução, levando em conta as peculiaridades do contexto em que vive, assim este assume várias posturas que o torna protagonista do seu meio. Os diferentes grupos, de diferentes sociedades tem seus líderes, que exercem seus protagonismos e atitudes de superioridade em relação a outros grupos. Dessa forma mulheres e crianças desde a Antiguidade ficaram a margem desses privilégios.
 
Assim, até a Idade Média a criança não tinha protagonismo algum, sendo esta destituída de infância, cujo conceito era inexistente, assumindo assim após seus 6 ou 7 anos o papel de um adulto em miniatura. Mesmo a infância ganhando cenário após a modernidade, os pais, os professores ou seja a sociedade sempre deixaram claro a autoridade que os adultos tinham ou tem sobre as crianças. No Brasil mesmo com esses hábitos tendenciosos dos adultos de tirar a criança do seu protagonismo a Constituição Federal de 1988, O Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei de Diretrizes e Bases- Lei 9394/96 e demais dispositivos de proteção à infância vem assegurar pelas lutas e interesses do mundo infantil nos diferentes âmbitos da sociedade, desde a relação com os pais e no meio escolar.  
 
É importante dizer que o protagonismo infantil não vem de forma alguma tirar o protagonismo dos demais agentes da sociedade, mas vem ser um protagonismo compartilhado como diz Gabriel Junqueira Filho, que o professor exerce seu protagonismo ao ensinar e o aluno por sua vez assume o seu quando participa expondo sua opinião, seu conhecimento.

Protagonismo e Participação Infantil O termo protagonismo segundo Guerra, (2004) tem sua origem etimológica, no idioma grego, cuja referência está na palavra protagonistés, que significava, ator principal de uma peça teatral, ou seja aquele que tem lugar de destaque em um acontecimento. Enquanto isso, a palavra participação está ligada diretamente aos fatores políticos e sociais. Dessa forma é observável, que é nas relações estabelecidas no ambiente escolar que servirão como espaços de atuação da criança enquanto partícipe, envolvidas em ações coletivas exercendo dessa maneira o seu protagonismo. Haja vista que ao longo da história, a infância tenha sido segregada e jogada de escanteio nos envolvimentos nos processos organizacionais da vida social. 

Os ambientes intelectuais oferecidos às crianças pelas sociedades atuais são pobres em recursos que as estimulem a pensar sobre o pensar, aprender a falar sobre isto e testar suas ideias através da exteriorização das mesmas. O acesso aos computadores pode mudar completamente esta situação. Até o mais simples trabalho com a tartaruga pode abrir novas oportunidades para tornar mais acurado nosso ato de pensar sobre o pensar: programar a tartaruga começa com a reflexão sobre como nós fazemos o que gostaríamos que ela fizesse; assim, ensiná-la a agir ou pensar pode levar-nos a refletir sobre nossas próprias ações ou pensamentos" (PAPERT, 1980, p.45)

Sabe-se que as manifestações acerca do sobre protagonismo infantil tem seu começo na América Latina, se sustentando das origens do protagonismo popular, que se organiza em diversos grupos, que trabalham na luta por melhorias de condições de vida. Nessa realidade Alejandro Cussiánovich, tem cuidado e assistido diferentes e práticas de participação protagonista infantil, levando em conta a dignidade, a iniciativa, o poder, a excelência, reconhecendo a aceitação, e os conceitos associados ao exercício do protagonismo infantil.

A instituição de educação infantil deve estar organizada de forma a favorecer e valorizar essa autonomia da criança. Para isso, os ambientes e os materiais devem estar dispostos de forma que as crianças possam fazer escolhas, desenvolvendo atividades individualmente, em pequenos grupos ou em um grupo maior. As professoras devem atuar de maneira a incentivar essa busca de autonomia, sem deixar de estar atentas para interagir e apoiar as crianças nesse processo. (MEC/SEB, 2009, p. 50)

Existindo assim, práticas sociais consolidadas, que age na promoção de ações que negam as capacidades e atitudes das crianças. Entendendo que a criança é um ser que tem autonomia, sendo capaz de agir em decisões e atividades importantes e diante disto é interessante questionar se será que as ações sociais na atualidade cooperam para que as crianças se afirmem como seres participativos no contexto social?

Em primeiro lugar, pensar o espaço também como gerado da experiência representa o sinal de uma atenção de escuta das necessidades das crianças que antecipa – e, no entanto, apoia – o cuidado da relação e da interação do adulto com as crianças dentro do contexto educacional. (Fortunatti, 2009, p. 61) 

Por conseguinte, o protagonismo se configura responsabilizar-se pela contribuição e construção conjunta, com o objetivo de considerar como eixo de união, de compromisso, não concordando com nenhuma forma de separação ou dispersão. Implicando na interação da criança com o seu ambiente e com os outros. Não se tratando de um eu protagonista, mas de um nós, que é o protagonismo, tem que sido fecundado no desenvolvimento do protagonismo dos demais.

Quando se trata de compreender o protagonismo, é necessário destacar que os espaços coletivos onde ocorrem as negociações e trocas são eminentemente simbólicos e culturais. A cultura organiza a operação simbólica humana, emprestando significado às ações e aos estados emocionais, relacionando-os a sistemas interpretativos mais gerais que são compartilhados por grupos de pessoas. É a participação nesses sistemas semióticos que proporciona a possibilidade da criação de inúmeras configurações simbólicas que acabam por terem a capacidade de se tornarem modos de vida e de permearem as relações intergeracionais. (AGELIS, 1997, p.82-83) 

É indiscutível que o paradigma do protagonismo tem se desenvolvido de maneira, que sua atuação pode ver-se moldada nos próprios conceitos de crianças e adolescentes, que se configuraram estes termos e definições que são construídas sobre a participação.

O ser humano se constitui na relação com o outro. A interação social é um processo que associa as dimensões cognitiva e afetiva. Interagindo, as crianças não apenas apreendem e se formam: ao mesmo tempo, criam e transformam – o que as torna constituídas na cultura e suas produtoras. Essa concepção implica percebê-las como sujeitos ativos que participam e intervêm na realidade ao seu redor. Suas ações são suas maneiras de reelaborar e recriar o mundo. Aos adultos cabe a importante função de mediação. (MOTTA, 2011, p. 

O protagonismo da criança se resume, em uma participação efetiva que é protagonizada é alcançada na formação de parte de grupos ativos, onde estes expressam ideias e tomam decisões, englobando as opiniões de crianças, adolescentes e adultos. Isso revela a criança não como um simples espectador, mas como atores do próprio futuro, que são reconhecidos e respeitados como líderes e propondo estratégias para uma maior participação de todos e todas. Isso significa também um comprometimento com a realidade, exercendo um papel multiplicador na promoção e participação do restante da sociedade. E indubitavelmente a participação é um dos eixos relevante na promoção do protagonismo da infância e destacando da participação que reconhece a infância nas suas diferentes capacidades e possibilidades percebendo, interpretando, analisando, questionando, propondo e agindo em seu ambiente social, comunitário e familiar.

Se considerarmos a participação enquanto processo de interacção social confluente na criação de espaços colectivos, teremos também que considerar que as competências de participação das crianças estão indelevelmente ligadas – ora constrangidas, ora estimuladas –, pelas relações pessoais que estabelecem com os outros – família, amigos, comunidade, etc. – e pelas estruturas socioeconómicas e culturais: serviços educativos e sociais, estruturas políticas e outras, dos seus mundos sociais e culturais. (SARMENTO; TOMÁS, 2007, p. 190) 

Por meio do estudo das relações sociais e interações dialógicas, fica presumível entender que as situações de liberdade e responsabilidade que cada sujeito pode atingir em certos contextos culturalmente constituídos. No que diz respeito a promoção da autonomia e da atuação infantil, nesse sentido é importante que se analise a regulagem das condutas sociais por princípios que favoreçam a competições e o individualismo frente às possibilidades de ações de protagonismos por parte das crianças em direção oposta a esses valores. Fica entendido que o referido protagonismo vem exigindo uma estruturação cooperativa e colaborativa entre adultos e crianças, visando uma transformação ou mudança criativa dos aspectos socioculturais que se espera superar.

Como a criança vem ganhando seu espaço em passos lentos, o protagonismo infantil vem aos poucos conquistando seu cenário e nas novas configurações, sobretudo nas relações entre professor, aluno e conhecimento, ficando assim todas essas relações produzidas a partir das diferentes possibilidades e maneiras que cada um dos sujeitos da relação ver o outro. Nesse sentido, tanto o educador quanto o aluno, são simultaneamente semelhantes e diferentes na relação com o conhecimento, como, como nos modos de conversar, de desenhar, de comer, de brincar, de ouvir e contar histórias, de jogar jogos regrados, de lidar com a própria higiene, de conviver com as regras e combinados do grupo e da escola, de aprender, de compreender. 

Nesse sentido, é por meio dessas muitas diferenças e semelhanças das crianças entre elas e entre professores que se constrói a ideia de protagonismo compartilhado pois, Seja toda e qualquer forma de seleção prévia, as situações de ensinos são sempre confrontadas com os grupo heterogêneos. No processo de ensino pode ser ignorado ou reconhecido as diferenças, sancionando ou tentando neutralizá‐ las. E a construção do sucesso ou insucesso se dá por meio das diferentes relações e avaliações que são partes da construção de identidades durante a trajetória escolar. 

Concebendo desta forma que é por meio da percepção das diferenças e semelhanças que se estrutura as relações pedagógicas, principalmente no que é praticado pelo docente em relação aos alunos e o que este profissional da educação faz para que aconteça nas relações entre as crianças relações entre as crianças e professor. E na educação infantil, estas estão tendo suas primeiras experiências com o mundo, com os diferentes conhecimentos, culturas, e conhecendo sobre si, sobre os outros e sobre o mundo. 

Em suma, é preciso que o professor esteja atento e tenha sensibilidade para ouvir e entender as várias linguagens, símbolos e códigos que as crianças utilizam para se expressar, levando em consideração outras condições significativas que é a participação das famílias que vão dar suporte aos projetos e reflexões acerca das experiências.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Indicadores da Qualidade na Educação Infantil / Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009. 

Caderno AGELIS / Associação dos Consultores Legislativos e de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara de Deputados – v. 1, n.1 (jan./abr.1997) - Brasília: AGELIS, 1997.v. 

FORTUNATI, Aldo. A educação infantil como projeto da comunidade: crianças, educadores e pais nos novos serviços para a infância e a família: a experiência de San Miniato. Porto Alegre: Artmed, 2009. 

MOTTA, Flávia Miller Naethe / Educação e Pesquisa, São Paulo, v.37, n.1, 220p. 157-173, jan./abr. 2011.

PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: Repensando a Escola na era da informática, Porto Alegre: Artes Médicas,1980. 

SARMENTO, Manuel Jacinto; FERNANDES, Natália; TOMÁS, Catarina. Políticas Públicas e Participação infantil. Educação, Sociedade e Culturas, n.25, 183-206, 2007.




    

terça-feira, 15 de março de 2016

Temáticas da Contemporaneidade e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação

Temáticas da Contemporaneidade e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação




É de grande importância que o pedagogo tenha conhecimento dos diferentes temas da contemporaneidade e o uso das tecnologias da informação e comunicação na sala de aula. Destacando por meio de informações as diferentes concepções a respeito dos problemas sociais causados pela diversidade, como são geradas e combatidas as diferenças que, por consequência, são originados os mais diversos preconceitos, desigualdades e conflitos sociais.
Certamente, compreenderá o conceito do uso das tecnologias na escola e as diferentes estratégias para desenvolver uma educação de qualidade para todos, com a função de olhar todos com igualdade, respeitando as diferenças, dos problemas de acessibilidade enfrentados pelas pessoas com deficiência e que é possível por em prática o que documenta o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Em suma é necessário que se reconheça a necessidade e o quanto é essencial a inclusão como uma forma de democratizar as relações sociais, principalmente na emancipação e na sutil forma de tratamento com o outro, seja nas relações com os iguais ou entre pessoas iguais e diferentes. Lembrando que iguais e diferentes são apenas concepções criadas para diferenciar pessoas ou grupos sociais que, de alguma forma, ainda não foram aceitas no contexto social.

O uso das tecnologias na escola: contra ou a favor?

É bem visível, a intensa presença de tecnologias no cotidiano da juventude, pode-se dizer uma geração nativa do mundo virtual, mas esse novo aluno no decorrer dos seus estudos tem provocado grandes impactos na escola. Haja vista, que muitos docentes não estão preparados para ensinar nesse novo contexto, com isso novos desafios são lançados aos professores e a escola, se sabem ou não usar os novos recursos tecnológicos a favor de um bom ensino. É válido lembrar que diante de tanta modernidade existem sempre aqueles que não se adequam ao mundo de tendências da cibercultura e o uso das TIC no ambiente educativo. Em contrapartida já é perceptível os novos educadores que montam as suas estratégias de ensino pautado na funcionalidade, nos softwares educativos que os alunos desenvolvem as atividades no computador, no smatphone ou tablet. 

Segundo dados do IBGE, no ano de 2005 somente 35,7% dos estudantes tinham acesso à internet e hoje são 72,6%. O contato com computadores e celulares no ambiente escolar brasileiro tem se ampliado nos últimos anos. Os avanços das tecnologias da informação e da comunicação está diversificando as maneiras de ensinar e aprender. Através de Jogos, conteúdos colaborativos e redes sociais educativas começam a se instalar nas salas de aula. Nos próximos anos, a transformação deve propagar de tal forma que o giz e o quadro negro serão consideradas peças de museu. Testes realizados por meio de SMS, softwares sofisticados, em especial para tablets e smartphones, e aplicativos capazes de organizar as informações de acordo com as características do estudante serão a regra nas escolas brasileiras.          
É evidente que somente recursos tecnológicos e material didático atraente não significa a qualidade no ensino. Vale ressaltar que a mudança passa por transformações na maneira de agir, pensar e gerir a educação e as escolas.  A nova que surge é a tendência da elaboração conjunta de conhecimento. O que muitos não concordam que a internet, tem facilitado o acesso a diferentes conteúdos, resulta na troca e a produção de informação e saber.

A diversidade e o preconceito na escola.


Como se sabe a escola é um ambiente de diversidades, onde se convive com as mais variadas formas de ser e pensar, por isso surge nesse mundo o preconceito, onde muitas vezes parte do professor, ao julgar o seu aluno, pela cor, cabelo, classe social e opção sexual ao dizer logo na primeira aula que este não vai ser aprovado ou que vai dar muito trabalho para aprender. Com esse comportamento do docente o aluno também não é diferente, ao se deparar com pessoas que são deficientes ou negras, surgem uma série de dificuldades nascendo aí o preconceito. Mas podemos refletir: como viver melhor em sociedade? O preconceito é legal?
É necessário ensinar o respeito que se deve ter com as diferenças dos colegas no ambiente escolar e essa forma de ensino deve ser aplicado desde a educação infantil. Vale ressaltar a importância de explicar a complexidade do termo preconceito, levando em conta, que este se trata de um ato pensado, elaborado e praticado não só por pessoas adultas, mas também entre as crianças, visto que nem as mesmas estão imunes das diferentes formas de discriminação. Sendo assim, é de extrema importância que seja eliminado o preconceito desde os primeiros anos da Educação Infantil.



Educação inclusiva: a escola e a acessibilidade.






Como se sabe ao longo da história as pessoas com deficiências ficaram privadas dos seus direitos e foram sendo conquistados com muitas lutas e hoje tem-se o direito da Educação inclusiva que é uma realidade muito debatida entre professores e estudantes das diferentes licenciaturas, isto porque ainda é um grande desafio para o educador enfrenta no dia a dia, mesmo aqueles com experiência na área, a preparação ao montar as estratégias de ensino é contínua, pois a escola deve ter todo um cuidado para que todos os alunos possam aprender no mesmo ambiente de ensino.
Para que a inclusão aconteça de verdade e garanta uma aprendizagem para todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e construir uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem a todas as crianças com as suas diferenças.
Indubitavelmente o apoio para com os valores e a diversidade existente entre as crianças devem começar na própria escola, na equipe e na gestão escolar. A direção e a coordenação pedagógica devem organizar momentos para que os professores possam manifestar suas dúvidas e angústias de como ensinar em meio a tantas diferenças. Ao legitimar as necessidades dos docentes, a equipe gestora pode organizar espaços para o acompanhamento dos alunos; compartilhar entre a equipe os relatos das condições de aprendizagens, das situações da sala de aula e discutir estratégias ou possibilidades para o enfrentamento dos desafios.



ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente): um sonho ainda a ser concretizado no espaço escolar



Sancionado em 13 de julho de 1990, o ECA é a regulamentação dos artigos 227 e 228 da Constituição que estabelece como "dever da família, da sociedade e do Estado assegurar, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária". Diante disto, é necessário se perguntar: o estatuto da criança e do adolescente é posto em prática na escola ou ainda é uma utopia?
É interessante salientar que a escola pública, não deveria recepcionar apenas as crianças, mas, sempre que possível, acolher os pais não só para chamar atenção ao desempenho escolar dos filhos, mas afim de estabelecer uma verdadeira parceria com a família com o intuito de um maior aprendizado. Seria preciso que a escola valorizasse o processo educativo que os pais iniciaram, acrescendo-o dos elementos próprios à educação formal. O que se compreende é que a escola ou os professores tem um conhecimento limitado acerca do estatuto da criança e do adolescente, atribuindo o na maioria das vezes como facilitador da conduta desregrada e indisciplinada. Mas será esta a finalidade do ECA?
A escola de fato cumpriria com sua responsabilidade pondo em prática as finalidades do Estatuto da Criança e do Adolescente se as políticas públicas de educação fossem organizadas, buscando dar privilégios para os mais pobres, a fim de que os mesmos possam gozar dos espaços escolares, que propiciem o desenvolvimento nas mais diversas áreas, como de arte, música, esporte e informática, respeitando-se os diferentes tempos de vida, da infância e da adolescência, da juventude e do mundo adulto.

O Pedagogo e As práticas Inclusivas


As Contribuições de Diferentes Disciplinas para os Desafios do Pedagogo Escolar na Construção de Uma Escola Inclusiva




Sabendo da importância das escolas de educação inclusiva para a sociedade, o presente trabalho tem o objetivo, de falar sobre diferentes conhecimentos que contribuem de forma significativa com intuito de preparar o pedagogo para enfrentar os desafios na construção de uma escola inclusiva, a começar pelo auxílio da disciplina Pedagogia em Espaços Escolares e Não Escolares, que aponta a inclusão para além das deficiências e a educação para além dos muros da escola, e a partir de todas as diferenças e peculiaridades socioculturais existentes no contexto escolar.
Assim, o ensino de Tecnologias em Educação, envolve uma fundamentação teórica acerca das tecnologias aplicadas no processo ensino-aprendizagem, por meio de questionamentos, como também da escolha de recursos que facilitam a integração e aprendizagem dos alunos por meio dos recursos tecnológicos, dessa forma o estudo sobre Educação Inclusiva e Língua Brasileira de Sinais proporciona uma reflexão e também propicia conhecimentos sobre a educação especial e práticas inclusivas. Por conseguinte a disciplina cidadania e diversidade: relações étnicas raciais explica a inclusão numa perspectiva cultural de inclusão social e educacional, considerando a diversidade e a pluralidade humanas e a educação intercultural.
Vale ressaltar a relevância que o pedagogo tem para o desenvolvimento das práticas inclusivas no contexto escolar e não escolar e por isso este precisa ter um conhecimento amplo, teórico e sistemático dos aspectos observados numa visão inclusiva nas escolas, afim de construir e trabalhar também as informações contidas no projeto político pedagógico o e de por em prática o que orientam as adaptações curriculares nacionais para educação básica.
Nesse sentido, a percepção crítica de vontade e interesse da equipe pedagógica, bem como dos professores se faz necessário para corrigir o que está faltando para tornar a escola um ambiente integrador e de inserção social. Isto é fundamental para que a escola assuma uma postura de fato democrática.


As contribuições de Diferentes Disciplinas para os Desafios Enfrentados pelo Pedagogo  Escolar na Construção de Uma Escola Inclusiva


O processo de inclusão nas escolas regulares de ensino tem sido estudado e oferecido nos cursos de formação de professores e nos cursos de pedagogia e licenciaturas, porém este ainda é um assunto novo que gera uma série de questionamentos, pois como se sabe o professor, bem como o pedagogo necessitam de um conhecimento amplo e científico para que tenham uma prática profissional bem fundamentada, por isso a disciplina Pedagogia em Espaços Escolares e Não Escolares traz grandes contribuições para que o Pedagogo Escolar enfrente os diferentes desafios na construção de uma escola inclusiva, uma vez que a mesma aponta a necessidade de ampliar o conceito de inclusão educacional.

Dessa forma, a formação docente no Curso de Pedagogia no Brasil possui o importante papel de formar os Pedagogos para atuarem com a diversidade cultural presente no contexto brasileiro. Para que o Pedagogo esteja preparado para considerar a diversidade cultural presente no determinado contexto regional e re-elaborar os currículos em base a uma orientação traçada a partir da diversidade cultural presente no contexto local. Enquanto que, a educação escolar, possibilita a preservação da diversidade cultural e a sala de aula é o lugar onde os estudos sobre as diferentes culturas, podem fazer a diferença, para educar o ser humano para conviver com a diversidade e superar a discriminação. Por isso, a formação intercultural nos cursos de Pedagogia tem e terá, nesta perspectiva, um papel central para criar condições para o encontro e o diálogo de culturas, como complementação benéfica para todos, superando a hierarquização e a valorização unilateral. (KADLUBITSKI; JUNQUEIRA, 2009, p. 322)

Dessa forma, o conceito de inclusão se torna mais abrangente, quando se engloba juntos alunos que apresentam algum tipo de necessidade especial e aqueles que de certa forma, ficam a margem da sociedade, por apresentarem baixo rendimento escolar, terem o nome no quadro de reprovação e evasão. Sendo assim, cabe ao pedagogo buscar forma de despertar nos demais profissionais da escola a importância de se valorizar e aceitar a contribuição de cada pessoa, para realização do trabalho coletivo nos espaços educacionais.
A escola é a instituição responsável pela passagem da vida familiar da criança para o domínio público, ou seja, o conhecimento nela produzido deve ser revestido de valores morais, éticos, políticos e mesmo que exerça um papel mais liberal através de sua gestão, ela não deixa de expressar sua função social independente de ser uma escola comum ou especial. (GOMES, 2008, P. 5)

É importante salientar, que os diferentes significados que são apresentados numa observação de uma cultura para a outra, deixa implícitas várias situações ligadas ao racismo, preconceito, discriminação, fracasso escolar, reprovação, classificação, disciplina, comportamento e violência.
A disciplina Educação e Tecnologias traz no seu conteúdo orientações acerca das várias possibilidades por meio dos recursos tecnológicos, bem como do mundo virtual para que o pedagogo desenvolva as práticas de inclusão voltadas para o desenvolvimento cognitivo e social dos alunos, uma vez que o uso das TIC nas escolas permite que o aluno não só tenha acesso a ambientes virtuais, mas que saiba utiliza-los como fonte de produção de conhecimento, Martorelli (2014, p.101),

Por “cultura pedagógica” referimo-nos aqui às práticas cotidianas que regulam a dinâmica da sala de aula e o próprio modo de viver o ensino e a aprendizagem. Ponto importante é percebermos que estas novas ferramentas tecnológicas que constituem a “sociedade da informação” não devem ser vistas como meros meios que trabalham para tornar mais ágil o fluxo de dados já prontos. De forma muito mais interessante, elas podem ser percebidas como trazendo consigo possibilidades de interação, de diálogo e da própria construção de uma voz por parte do educando, à medida que este comece a criar narrativas mais próprias, mais autorais.

Diante disto, é importante que o pedagogo tenha conhecimento de como usar diferentes recursos tecnológicos e também de softwares que sejam educativos e que o mesmo saiba encontrar estratégias de ensino, que possa envolver todos os alunos, principalmente possibilitar que os alunos com necessidades educacionais especiais, estudem e aprendem junto com os demais educandos. Assim, esta possibilita que o pedagogo entenda que as tecnologias sempre acompanhou o desenvolvimento humano e por isso não faz sentido a escola não acompanhar o desenvolvimento cibernético que ocorre a cada dia.
 Se faz necessário que os profissionais da educação, bem como o pedagogo saibam ler e entender os conteúdos virtuais e que saibam inter-relacioná-los entre si, que sejam capazes de refletir a nossa cultura e com isso sejam mediadores numa construção para um mundo melhor e mais humano. Que os pedagogos em conjunto com os professores, devem saber incorporar o uso das tecnologias numa dimensão sociocultural.
Sabendo que o pedagogo é uma peça chave no ambiente escolar, que este precisa conhecer e ter base teórica, o ensino de Educação Inclusiva e Língua Brasileira de Sinais dá um norte a este profissional da educação, para que seja desenvolvido o trabalho de inclusão da melhor forma possível. Conhecendo os aspectos históricos e noções básicas sobre as deficiências Intelectual, Visual e auditiva, como também acerca do processo de aprendizagem num ambiente inclusivo, sobre cidadania e direitos humanos, Integração e políticas públicas para a inclusão na escola.
Nessa cadeira do curso de pedagogia, o futuro pedagogo encontra suporte básico e necessário, afim de conhecer e se preparar para os vários desafios que surgirão ao longo da sua carreira de educador, pois a carreira na área pedagógica é desafiadora, podendo encontrar entraves pelo meio do caminho que poderão dificultar as boas ideias.
Os conhecimentos de Educação, Cidadania e Diversidade: Relações étnico-raciais é de grande valia para o pedagogo uma vez que esta tem a finalidade de orientar acerca da inclusão para além das deficiências, e o quanto é desafiador incluir, que seja trabalhado com atenção as diferenças existentes em sala de aula, para que seja orientado aos professores que não se pode atribuir juízo de valor aos alunos, julga-los pelas características físicas e até comportamentais que não medem a capacidade que os mesmos possuem.
É importante que os profissionais da educação entendam o quanto é importante a diversidade existente na espécie humana. O quanto as diferenças de ideias são fundamentais porque cada realidade ganha significados diferentes de acordo com o olhar de quem ver. O pedagogo deve ter seu olhar pedagógico aguçado, que este observe as crianças como futuros cidadãos.
É imensurável a representatividade da educação para a sociedade e as transformações que ocorrem na vida de uma pessoa em detrimento desta, então o pedagogo é deve ser uma agente de integração dos alunos e dos demais profissionais, com toda a comunidade escolar, formando assim entre todos a consciência do quanto a participação daqueles que fazem parte da realidade dos alunos faz grande diferença na construção de uma escola democrática.
 Ter na formação superior disciplinas que contemplem as práticas inclusivas é de grande relevância para a vida profissional do pedagogo, haja vista que esses conhecimentos só ampliam a visão que se tem de inclusão no ambiente educacional. Sabe-se que lidar com as diferenças existentes em sala de aula nunca foram fáceis, porque se fala muito em incluir mas o que se ver é um prática que pouco acontece, ainda nos locais onde se trabalha com essa responsabilidade inclusiva, esta ainda se arrasta para se estabilizar, sempre surgem diariamente inúmeros desafios, por que são inúmeras diferenças, de sexo, raça, estilo, classe social, gosto musical e muitos outros.
Ter os conceitos básicos e bem fundamentados é necessário que o pedagogo saiba desenvolver práticas educativas sempre fazendo uso das novas tecnologias em favor de aulas significativas, e não fugindo das adaptações curriculares.
                        Enfim a construção de uma escola inclusiva deve de fato acontecer por meio dos novos pedagogos que estão se formando colocarem em prática o que a universidade e ensina e a partir desses conhecimentos este profissional e em busca de outros que ampliem os conceitos e a visão que se tem de agregar, de envolver todos no ensino e aprendizagem.

Referências

GOMES, Ana Lúcia Mazeto. INCLUSÃO SOCIAL E EDUCACIONAL: REALIDADES X PERSPECTIVAS. Califórnia, 2008.

KADLUBITSKI, Lidia;JUNQUEIRA, Sergio. DIVERSIDADE CULTURAL NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO. VIDYA, v. 30, n. 1, p. 25-41, jan./jun., 2010 - Santa Maria, 2010.

MARTORELLI, Bárbara Cristina Paulucci Cordeiro. O USO DAS TECNOLOGIA NUMA PERSPECTIVA INCLUSIVA. Revista EDUC-Faculdade Duque de Caxias. Vol.01-Nº2/Jul/Dez 2014.